Muito me agradou as reflexões propostas por Kátia Morosov Alonso, no artigo A Expansão do Ensino Superior no Brasil e a EaD: dinâmicas e lugares, publicado pela Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p.1319-1335, out-dez. 2010, em que dentre vários levantamentos ela faz referência à qualidade do Docente na EaD - tema que sempre me preocupou enquanto educador.
A autora inicia a discussão fomentando a expansão da EaD no que tange à democratização do acesso ao ensino superior e a necessidade da formação profissional (na educação), como requisito básico para a melhoria da qualidade da educação básica. Faz referência, também, à necessidade da formação continuada dos profissionais, em especial, aos licenciados.
Após algumas citações, ela aponta uma crítica sobre as políticas que regem as aberturas de cursos superiores - com ênfase na EaD, acerca dos 'itens' previstos para o credenciamento, oferta de vagas/cursos, previstas no Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, corroborado pelo documento denominado "Parâmetros de Qualidade para a Educação Superior a Distância". Em outras palavras, é muito fácil abrir um curso EaD. Como ela mesma diz, "vemos surgir assim 'feudos', em que convenciona trabalhar, ou não, com a EaD, isso como forma/modo de se conservar a qualidade na formação.
Que qualidade? Aprofundar a discussão sobre essa temática seria condição necessária, se não primária, para a elaboração de políticas públicas para o ensino superior brasileiro, principalmente se tratarmos da formação de professores. E é aí, que reside outro 'enrosco'!
Parece que os cursos de EaD traz estratégias tecnológicas para suprir a necessidade da relação humana presencial. Talvez, por ter a finalidade dessa modalidade de ensino-aprendizagem com o controle mais ligado ao aluno do que ao professor e parceiros, propriamente dito. Será?
Não basta ter professores e alunos no exercício da mediação. É preciso não massificar.
É da ilusão do atendimento massificado que se origina a ideia de autonomia do aluno na EaD. Há que se pensar em outras formas de convivência dos sujeitos. Mas têm de existir.
Aí reside, então, a formação docente de qualidade. É preciso que se reconheça a ação do professor como central no desenvolvimento da EaD. Embora os "Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância" tratem o tutor como aquele que participa ativamente da prática pedagógica, sabe-se que estes, nem sempre, tem formação adequada para a demanda. E mais, se o tutor é quem acompanha o aluno (no significado da função tutorial), no que é que suas atribuições são diferentes dos docentes? Urge repensar, então, na qualificação de tais profissionais: atividades de formação dirigida, por exemplo, seria essencial para a consolidação da modalidade.
Por outro lado, o tutor não tem, profissionalmente, reconhecimento social, econômico e empregatício compatível com suas atribuições. É preciso, também, otimizar recursos humanos e financeiros para a qualificação desse profissional.
O que vocês pensam disso?
Leiam o artigo na íntegra e comentem comigo. Até mais.
Excelente reflexão sobre a ação do professor como integrante no desenvolvimento EaD. Demonstrando a importância da qualificação dos professores e tutores, visto responsabilidade na formação do aluno.
ResponderExcluirCleber, se gostou desse texto, acredito que gostará do novo artigo que escrevi (está postado no blog) sobre a Avaliação na EaD. Divirta-se e opine.
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